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Prótese Fixa - ENCORE BRIDGE

Sueli Nora Afeltro

Resumo

Com o avanço dos materiais restauradores, conseguimos excelência em estética e economia da estrutura dentária remanescente. A mídia acaba trazendo muitas informações aos pacientes, sobre as possíveis alternativas estéticas do tratamento odontológico, como durabilidade e ausência de metal. Estes, então, buscam ansiosos em nossos consultórios, a solução de seus problemas estéticos.
Este artigo mostra um caso complexo para a confecção da Encore Bridge (estrutura de prótese adesiva com reforço de fibra, associado a uma faceta de porcelana).
Palavras-chave: Prótese adesiva

Abstract

With the advance in restorations materials, we got excellency in esthetics and economy of remanent dental structure. The media ends up bringing much information to the patients about the possible esthetical alternatives to odontological treatment, such as, durability and metal absence. These patients, then seek anxiously in our offices for the solution to their esthetical problems.
This article shows a complex case that involves the confection of Encore Bridge (structure of adhesive prosthetics reinforced with fiber, associated to a porcelain veneer).
Key words: Denture, partial, fixed, resin-bonded

 

ENCORE BRIDGE - PRÓTESE FIXA ADESIVA SEM ESTRUTURA METÁLICA, DE DOIS COMPONENTES

Encore Bridge - metal-free and two components adhesive bridge

 

Introdução

Soluções estéticas vem se tornando cada vez mais desafiadoras, tanto pelo nível de exigência de nossos pacientes, quanto pelos novos materiais e técnicas que temos disponíveis hoje em dia e que nos permitem resultados altamente satisfatórios.
O sistema Sculpture/Fibrekor (Jeneric Pentron, USA) preenche bem esses requisitos. Ele foi apresentado oficialmente pela primeira vez no encontro de Chicago "Chicago Midwinter Meeting 97".

  • Sculpture: é um polímero à base de cristais, que combina as vantagens das cerâmicas e das resinas num só material. Sculpture utiliza as características químicas do PCDMA, revolucionárias, oferecendo assim resistência maior à fratura e menor contração de polimerização (1/6 a 1/15 da porcelana, em volume).
  • Fibrekor: é uma fibra reforçada (FRC), utilizada como armação para subestruturas sem metal. Sobre essa armação fibrosa é construída uma sobre-estrutura de Sculpture. As fibras do Fibrekor proporcionam a necessária resistência e rigidez, ao mesmo tempo em que a resina composta Sculpture oferece a necessária estética e resistência ao desgaste.

Fibrekor utiliza uma tecnologia avançada de pré-impregnação pela qual as fibras de vidro unidirecionais são fixadas à matriz resinosa.
No tocante às próteses fixas anteriores, esse sistema nos permite algo excepcional, as Encore Bridges, que atualmente, são feitas com o sistema Sculpture/Fibrekor, por possuir excelentes propriedades físico-mecânicas e excelente estética.

Ela é constituída por dois componentes:

  • O primeiro é uma estrutura de Sculpture/Fibrekor, onde haverá aletas, que se alojarão na lingual dos dentes pilares e na região do pôntico, haverá uma estrutura preparada, pronta para receber uma faceta de porcelana.
  • O segundo, é a faceta de porcelana que será cimentada sobre a estrutura de Sculpture/Fibrekor previamente preparada em laboratório.

Revisão da literatura

As fibras de reforço são classificadas em sistemas pré-impregnados com resina (Ex. Fibrekor, Splint-it, Vectris) e sistemas que necessitam de impregnação pelo protético ou pelo cirurgião-dentista (Ex. Ribbond, Glasspan, Connect).

Os sistemas em que as fibras são pré-impregnadas, apresentam vantagens em relação aos sistemas não pré-impregnados, pois possuem uma impregnação homogênea, resultando em melhores propriedades mecânicas e menos passos para o operador (POY5, 1998).

Os compósitos reforçados por fibras apresentam excelente resistência flexural, adeguada estética, são radiolúcidos, e não precisam de mascaramento da linha cervical. Apresentam ainda a vantagem de não necessitarem de retenções mecânicas, uma vez que apresentam características adesivas às resinas compostas, diferentemente das estrutras metálicas (FREILICH et al.2, 1998).

As próteses fixas adesivas sem estrutura metálica, apresentam algumas vantagens em relação às próteses fixas convencionais, pois necessitam de menor desgaste da estrutura dentária e em relação às próteses fixas adesivas metálicas, apresentam melhor estética e melhor capacidade de adesão.

O preparo dentário para as Encore Bridges é predominantemente feito na superfície lingual dos dentes de apoio, com ligeira extensão proximal. Uma broca diamantada (forma de melancia), é usada para criar um corte uniforme e produzir área suficiente para as aletas de Sculpture/Fibrekor da ponte. Um sulco horizontal deve ser posicionado no meio do preparo, entre as regiões incisal e cervical da superfície lingual.

Antes da moldagem, deve-se verificar a oclusão. O preparo completo nos dois dentes pilares deve permitir uma boa área de inserção por lingual.

A moldagem é feita usando preferencialmente um material elastomérico, com moldeira de arco total. A moldagem é enviada ao laboratório, com descrição detalhada de graduação de cor, textura, caracterizações, etc.

A estrutura de Sculpture/Fibrekor virá pronta do laboratório com a região do pôntico já preparada, juntamente com um provisório, para a região da faceta de porcelana.

Após a cimentação adesiva da estrutura de Sculpture/Fibrekor e remoção do excesso do cimento resinoso, será feita uma moldagem também em material elastomérico para que seja feita a faceta de porcelana.

Na próxima consulta com a faceta pronta, será verificada a adaptação, cor e estética e estando tudo correto, segundo o fabricante, será feito um jateamento com "microetcher" na região do pôntico, lavagem abundante, secagem e condicionamento por 1 minuto com ácido fosfórico a 37%, lavagem, secagem, aplicação do silano por também 1 minuto, secagem e aplicação do adesivo.

A faeta de porcelana será também jateada com "microetcher", mas condicionada com ácido fluorídrico.

Segundo SWARTZ7 (1991), usar ácido fluorídrico de 8 a 10% sobre a parte interna da faceta, atuando este sobre a porção vítrea da porcelana com a intenção de reduzir o ângulo de contato e aumentar a molhabilidade da superfície, deixando o ácido atuar por 3 a 5 minutos, protegendo as partes da porcelana com cera. Lavar abundantemente e secar muito bem.

Segundo DELLA BONA e NORTHEAST1 (1994), o ácido fluorídrico impõe um padrão microrretentivo que aumenta a superfície adesiva e a capacidade de umedecimento da cerâmica, favorecendo a união mecânica através da resina fluída e a união química pelo silano. Aplica-se o silano sobre a estrutura condicionada da porcelana, e deixa-se secar por 1 minuto em média.

Para alguns autores, preconiza-se a aplicação do ácido fluorídrico por 1,5 minutos, lavar abundantemente, secar e aplicar por também 1,5 minutos o silano, secá-lo e aplicar a resina fluida sem fotopolimerizar e deixar a faceta protegida da luz.

Alguns autores como KUPIEK e WUERTZ3 (1996) e NEWBURG e PAMEIJER4 (1978), citam que o silano, por seu caráter biofuncional, reage tanto com as porções cristalinas da porcelana quanto com as porções orgânicas do cimento resinoso, proporcionando uma ligação química entre estes componentes.

Pesquisadores como SIMONSEN e CALAMIA6 (1983) passaram a preconizar o condicionamento ácido e o uso da silanização da superfície interna das peças em porcelana, assim como o condicionamento total da dentina/esmalte e a cimentação das peças com resinas compostas, afirmando obterem bons resultados clínicos e reativando o interesse pelas restaurações cerâmicas.

Com a faceta já preenchida com o cimento resinoso escolhido, posiciona-a sobre o pôntico e fotopolimeriza-la por aproximadamente 5 segundos, para iniciar a polimerização do cimento e facilitar a remoção dos excessos. Após isto, completa-se a fotopolimerização na vestibular e lingual.

Completada a fotopolimerização, faremos ajuste oclusal da faceta, acabamento com brocas diamantadas de granulação fina, em forma de ponta de lápis, discos de lixa, taças de borracha, lâminas de bisturi, feltro e pastas para polimento de porcelana.

 

Relato do caso clínico

Paciente A.L.S., sexo feminino, jovem, 21 anos, apresentou-se ao consultório com a ausência do incisivo central superior esquerdo, usando uma prótese parcial removível provisória.

Havia diastema entre o central e o lateral superior direitos e o espaço resultante da falta do central superior esquerdo era muito maior que o diametro mesio-distal do direito, além de presença de sorriso invertido.

Foram preparadas aletas na palatina do central superior direito e na lingual do lateral superior esquerdo para receber uma estrutura de Sculpture/Fibrekor com a região do pôntico preparada para receber uma faceta de porcelana pura.

Como o espaço protético era muito maior que a largura do incisivo central direito, houve a necessidade de prepará-lo para receber também uma faceta de porcelana e esse procedimento, conseqüentemente, corrigiria o sorriso invertido que a paciente apresentava.

As bordas do preparo foram delimitadas com broca esférica diamantada, deixando cerca de 1mm nas áreas incisal, distal e gengival e o desgaste foi feito com broca diamantada em forma de melancia, para poder criar um corte uniforme e produzir área suficiente para as aletas de Sculpture/Fibrekor da ponte cerca de 0,5 mm.

Na linha do ângulo próximo-lingual, foi feito um desgaste de mais ou menos 0,75 mm, necessários para dar espessura adequada ao conector da estrutura.

Verificou-se se havia pelo menos 1,0 mm de espaço na região do conector do pôntico, para que não houvesse interferência do antagonista.

Um preparo em forma de canaleta foi feito bem no centro do preparo da aleta.

O objetivo das aletas é aumentar a área retentiva e fortalecer sua estrutura, assim como transferir as cargas de força para o longo eixo dos pilares.

O incisivo lateral superior direito teve sua porção mesial aumentada com resina microfill Renamel (Cosmedent) e o incisivo lateral superior esquerdo, somente após a cimentação da estrutura de Sculpture/Fibrekor da ponte, para que os centrais tivessem uma largura estética.

Foi feita a moldagem com silicona de adição, o Express (3M), com moldeira de arco total, moldagem do antagonista com alginato, registro de mordida e encaminhado ao protético para fazer inicialmente a estrutura de Sculpture/Fibrekor e duas facetas provisórias, uma para a região do pôntico e outra para o central superior direito. A paciente foi liberada com provisórios, feitos através de um modelo previamente encaminhado ao laboratório, que esboçava o futuro preparo.

Na consulta seguinte, com a estrutura pronta, foi feita a cimentação adesiva usando o sistema adesivo Bond-1 (Jeneric Pentron) e o cimento resinoso Lute-it (Jeneric Pentron). Feita a fotopolimerização e remoção do excesso de cimento, moldou-se com o Express (3M), para que o protético pudesse confeccionar as facetas de porcelana pura.
Na consulta seguinte, removeu-se o provisório, deixando a superfície bem limpa. Provou-se a faceta, verificando sua adaptação e estética. Foi feita a silanização no seu interior, com o uso do "microetcher', ácido fluorídrico, lavagem abundante com água, secagem e aplicação do silano (ambos por um minuto e meio) e na região da estrutura de Sculpture/Fibrekor, preparada para receber a faceta, foi feita a silanização, com o uso do "microetcher", aplicação do ácido fosfórico, lavagem abundante com água, secagem, aplicação do silano (ambos por um minuto), secagem, aplicação do adesivo Bond-1 (Jeneric Pentron) e fotopolimerização.

No interior das facetas, foi aplicado o adesivo, colocação do cimento resinoso Lute-it (Jeneric Pentron) e foram assentadas sobre o dente e sobre a estrutura preparada. Fotopolimerizou-se por mais ou menos 5 segundos, removeu-se o excesso do cimento e concluiu-se a fotopolimerização por 80 segundos cada área, para assegurar uma perfeita fotopolimerização.

Finalmente foi feito o acabamento, ajuste oclusal com brocas diamantadas de granulação fina, polimento com taças de borracha azul e rosa (Cosmedent) e pasta de polimento Cristarpast (Kota), juntamente com os discos de feltro Flexibuff (Cosmedent).


usando a prótese parcial removível provisória

sem a prótese parcial removível provisória

 


paciente sorrindo com o caso concluído

perfil direito

perfil esquerdo

 

Discussão

A tecnologia FRC nos permite uma excelente estética associada a uma alta resistência na reabilitação conservadora deste caso. Apesar de ser complexo, onde necessitamos também fazer um desgaste do central superior direito, para receber uma faceta de porcelana. Obtivemos, sem dúvida, uma estética surpreendente, que nunca seria alcançada, por exemplo, com prótese fixa de metalocerâmica.

Para que possamos obter pleno sucesso nestas novas técnicas, cirurgiões-dentistas e técnicos em prótese dentária precisam dominar a ciência e a arte destes novos materiais.

Os conhecimentos e o bom senso no diagnóstico do caso e na sua indicação, são fundamentais para o sucesso final do tratamento.

 

Conclusão

O uso de uma estrutura não metálica para a confecção de próteses adesivas, associada às facetas de porcelana, nos dão uma estética incrível, por dar a sensação de unidade aos elementos da prótese fixa, ausência de escurecimento dos dentes pilares (por não haver um metal que transpareça na vestibular) e por apresentarem características adesivas. O resultado final é de grande satisfação tanto para o cirurgião-dentista e protético, como para o paciente.

 

Referências

  1. DELLA BONA, A.; NORTHEAST, S.E. Shear bond strength of resin bonded ceramic after different try-in procedures. J. Dent., v.22, n.2 p.103-107, Apr. 1994.
  2. FREILICH, M.A. et al. Development and clinical applications of a light-polymerized fiber-reinforced composite. J. Prosthet. Dent., v. 79, n.2, p. 311-318, Feb. 1998.
  3. KUPIEK, K.A.; WUERTZ, M.L. Reaction and discussion. Uses of laboratory fabricated resin restorative material. In: Symposium on Esthetic Restorative Materials. Chicago, 1991. p.70-71.
  4. NEWBURG, R.; PAMEIJER, C.H. Composite resins bonded to porcelain with silane solution. J. Am. Dent. Assoc., v.96, n.2, p.288-291, Feb. 1978.
  5. POY, G. Avaliações clínicas. Dent. Advisor, v.5, n.2, p.3, Mar. 1998.
  6. SIMONSEN, R.J.; CALAMIA, J.R. Tensile bond strength of etch porcelain. J. Dent. Res., v.62, p.297, 1983 [Resumo].
  7. SWARTZ, M. L. Reaction and discussion. Use of laboratory fabricated resin restorative material. In: Symposium on Esthetic Restorative Materials. Chicago, 1991. p.70-7
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